O maior representante da Prevenção ao Suicídio é o CVV – Centro de Valorização da Vida – ligue 188
No Ocidente, o suicídio é um ato consciente de autoaniquilação, melhor compreendido como uma doença multidimensional num indivíduo carente que acredita ser o suicídio a melhor solução para resolver um problema. (SHNEIDMAN, 1987).
· Quase 800 000 pessoas morrem devido ao suicídio todos os anos.
· Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio todos os anos. Uma tentativa anterior de suicídio é o fator de risco mais importante para suicídio na população em geral.
· O suicídio é a terceira causa de morte em jovens de 15 a 19 anos.
· 79% dos suicídios globais ocorrem em países de baixa e média renda. (WHO, 2019)
Em muitos países, como Austrália, Reino Unido e Suécia, após diversas ações de prevenção, os números começam a diminuir, o que não se aplica ao Brasil, onde os casos só aumentam.
O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo: decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia. (Albert Camus)
A PREVENÇÃO do suicídio pode ser primária, secundária e terciária, e a POSVENÇÃO deve conter intervenções psicossociais, ambientais e socioculturais.
PREVENÇÃO – ao sujeito com ideação suicida
Fatores de alerta que merecem atenção da criança ou adolescente:
• Irritação ou agitação excessiva;
• Sentimento de tristeza, baixa autoestima e impotência;
• Tentativas prévias de suicídio;
• Relatos de violência psicológica (humilhação, agressões verbais), física, sexual ou negligência;
• Problemas de saúde mental da criança, do adolescente e/ou de seus familiares, especialmente a depressão e ansiedade;
• Uso de álcool e/ou outras drogas;
• Histórico familiar de suicídio;
• Ambiente familiar hostil;
• Falta de suporte social e sentimentos de isolamento social;
• Sofrimento e inquietações sobre a própria sexualidade;
• Interesse por conteúdos de comportamento suicida ou autolesão em redes sociais virtuais.
Em adultos, alguns dos sinais de alerta mais comuns, além dos já mencionados, são:
• Isolamento afetivo e sentimento de solidão;
• Sentimento de desamparo e desesperança;
• Autodesvalorização;
• Aquisição de meios para morrer de suicídio;
• Crise existencial;
• Exposições frequentes a situações de risco.
POSVENÇÃO – aos sujeitos enlutados por suicídio: os sobreviventes
Qualquer ato apropriado e de ajuda que aconteça após o suicídio com o objetivo de auxiliar os sobreviventes a viver mais, com mais produtividade e menos estresse que eles viveriam se não houvesse esse auxílio. (SHNEIDMAN,1973)
São ações, atividades, intervenções, suporte e assistência para aqueles impactados por um suicídio completo, ou seja, os sobreviventes. É uma ferramenta reconhecida mundialmente como um componente importante no cuidado da saúde mental dessas pessoas.
Sobreviventes são todas as pessoas afetadas por um suicídio: pais, filhos, irmãos, familiares, amigos, colegas, dentro outros. Além disso, pessoas que perderam alguém significativo por suicídio e aquelas que tiveram a vida afetada ou mudada por causa dessa morte são consideradas sobreviventes.
Os objetivos da posvenção são:
· Trazer alívio dos efeitos relacionados com o sofrimento e a perda.
· Prevenir o aparecimento de reações adversas e complicações do luto.
· Minimizar o risco de comportamento suicida nos enlutados por suicídio.
· Promover resistência e enfrentamento em sobreviventes
(BEAUTRAIS, 2004; SCAVACINI, 2011)
A maioria dos sobreviventes não conta com ajuda para lidar com o luto.
“A morte de uma pessoa não é somente um fim: é também um começo para os sobreviventes.” (SHNEIDMAN, 1973)
Alguns exemplos do que os enlutados por suicídio podem precisar:
· Auxílio e aconselhamento em assuntos práticos.
· Informações – com a consciência de que os indivíduos podem estar desorganizados, logo após a morte, e podem precisar que as informações sejam oferecidas novamente em um momento posterior, ou de uma fonte diferente.
· Suporte – assistência particular ou terapia com profissionais de saúde mental.
· Oportunidade de conversar com outras pessoas que estão enlutadas por suicídio.
FONTES:
Shneidman, E. S. (1973). Deaths of Man. New York: Quadrangle.
Shneidman, E. S. (1987). A psychological approach to suicide. In G. R. VandenBos & B. K. Bryant (Eds.), Master lectures series. Cataclysms, crises, and catastrophes: Psychology in action (p. 147–183). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/11106-004
Beautrais, A. L. (2004). Suicide Postvention: Support for families, Whanau and significant others after a suicide – A literature review and synthesis of evidence. https://www.health.govt.nz/system/files/documents/publications/bereavedbysuicide-litreview.pdf
Scavacini, K. (2011). Suicide Survivors Support Services and Postvention Activities: The availability of services and an intervention plan in Brazil (Dissertação). Estocolmo, Suécia: Karolinska Institutet, Programa em Saúde Pública, Departamento de Promoção de Saúde Mental e Prevenção do Suicídio.
WORLD HEALTH ASSOCIATION. Suicide, 2 de Setembro de 2019. Disponível em: https://
CARTILHA DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO. https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-e-saude-mental-cartilha-aborda-prevencao-do-suicidio
CVV - Centro de Valorização da Vida. https://www.cvv.org.br/
Em caso de risco de suicídio iminente, ligar para 190 ou 192 e solicitar atendimento.
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