Neuropsicologia
Avaliação Neuropsicológica
A neuropsicologia é uma área de interface entre a psicologia e a neurologia. Atua no diagnóstico, acompanhamento, tratamento e pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento, enfocando a relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral.
Utiliza-se para isso de conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências e pela prática clínica, com metodologia estabelecida experimental ou clinicamente. Utiliza instrumentos especificamente padronizados para avaliação das funções neuropsicológicas, envolvendo principalmente habilidades de atenção, percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas (Conselho Federal de Psicologia, 2004).
Assim, a avaliação neuropsicológica investiga quais funções cognitivas estão preservadas e/ou comprometidas, sendo recomendada nos casos de hipóteses diagnósticas de:
- TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
- TOD - Transtorno Opositor Desafiante
- TC - Transtorno de Conduta
- TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo
- TAG - Transtorno de Ansiedade Generalizada
- TEA - Transtorno de Espectro Autista | Asperger
- Depressão
- Epilepsia
- Altas Habilidades/Superdotação
- Deficiência Intelectual
- Dislexia
- Discalculia
- Disgrafia
- Disortografia
- AVC - Acidente Vascular Cerebral
- TCE - Traumatismo Cranioencefálico
- CCL - Comprometimento Cognitivo Leve
- DA - Doença de Alzheimer
- Tumores
- Diversas Síndromes
- Dentre outros
Reabilitação Neuropsicológica
A reabilitação é um conjunto de intervenções com o propósito de melhorar o funcionamento e reduzir a deficiência originada da interação entre indivíduos com condições de saúde e seu ambiente. Condições de saúde se referem a uma doença (aguda ou crônica), distúrbio, lesão ou trauma. Uma condição de saúde também pode incluir outras circuntâncias como gravidez, envelhecimento, estresse, anomalias congênitas ou predisposições genéticas. Assim, a reabilitação maximiza a capacidade das pessoas de viverem, trabalharem e aprenderem até o máximo de seu potencial. As evidências também sugerem que a reabilitação pode reduzir dificuldades funcionais associadas ao envelhecimento e melhorar a qualidade de vida. (Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2017)
A reabilitação objetiva melhorar o desempenho das atividades de vida diária e o aumento da qualidade de vida dos clientes e familiares, otimizando o aproveitamento das funções total ou parcialmente preservadas por meio do ensino de estratégias compensatórias, aquisição de novas habilidades e a adaptação às perdas permanentes. Nesta perspectiva, há uma mudança na auto-observação, uma conscientização das capacidades remanescentes e uma possível aceitação da nova realidade.
É importante diferenciar a reabilitação neuropsicológica da reabilitação cognitiva. Embora, não haja um estudo formal que conceitue e diferencie ambos os termos, alguns pesquisadores, como Prigatano (1999) e Wilson (2011), enfatizam a distinção entre eles da seguinte maneira:
A reabilitação cognitiva visa “capacitar pacientes e familiares a conviver, lidar, contornar, reduzir ou superar as deficiências cognitivas resultantes de lesão neurológica”, mas foca-se principalmente na melhora das funções cognitivas por meio dos treinos cognitivos.
Já a reabilitação neuropsicológica é mais ampla, pois, além de almejar tratar os déficits cognitivos, objetiva também tratar as alterações emocionais e de comportamento, melhorando a qualidade de vida do cliente.
A reabilitação cognitiva é apenas um componente da reabilitação neuropsicológica, e esta abarca ainda a psicoterapia, o estabelecimento de um ambiente terapêutico e o trabalho com os familiares.
O sucesso da reabilitação neuropsicológica, como todo processo terapêutico, depende da adesão do cliente ao tratamento, de sua motivação, assim como de seus familiares. É importante ressaltar que nem sempre é possível restaurar a função cognitiva prejudicada, entretanto é possível compensá-la, buscando formas de minimizar as situações-problemas vivenciadas no dia a dia. Neste sentido, a reabilitação neuropsicológica promove a potencialização ao nível máximo das capacidades do cliente mesmo que este nível não seja idêntico a sua capacidade anterior à lesão.
É importante salientar que o objetivo da reabilitação neuropsicológica não é a restauração das funções, mas sim a adaptação do indivíduo frente a suas novas limitações.
Prigatano, G. (1999). Principles of neuropsychological rehabilitation. New York: Oxford University Press.
Wilson, B. A. (2011). Reabilitação da memória: integrando teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
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